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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Panela e Preconceito, lado a lado...



Já reparou que a  sociedade é constituída de grupos de pessoas cada vez mais fechados,  se relacionando entre si conforme suas afinidades, sem dar oportunidade para os demais? Somos seres com instinto de grupo, isso é inegável. Porém, esses grupos,  muitas vezes se tornam tão evidentes que chegam a ser apelidados de “panela”. Pois é, ninguém gosta de ouvir dizer que faz parte de uma, porém quase sempre participamos. Sem perceber e muitas vezes de propósito mesmo, afastamos as pessoas ao redor, só permitindo que esse ou aquele participe.
A maneira de dizer para uma pessoa que ela não faz parte de seu círculo social é mais comum do que se possa imaginar. Você já deve ter presenciado, ou mesmo participado ativamente, de uma cena assim: Você está numa conversa animada com seus amigos mais chegados quando uma pessoa entra no recinto. A conversa para e imediatamente alguém diz: Precisa de alguma coisa?   Algum problema? Se a pessoa precisa de algo ou não, isso é irrelevante. O que é evidente é que não a querem na conversa. Muitas vezes as pessoas entram com vontade de participar, se enturmar, mas com essa ducha fria, acabam por sair chateadas.
Eu vejo casos de pessoas que se dizem abertas e sem preconceito, porém suas atitudes demonstram o contrário. Isso é perfeitamente percebido no mercado de trabalho onde se encontra inserido pessoas deficientes, como manda a lei* (lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,  art. 93): Pessoas sendo tratadas como bichinhos de estimação, como “coitadinhas”, declaradamente como “inferiores” e em alguns casos, com discriminação velada.
Somos todos iguais! Tornou-se um chavão. Todos têm na ponta da língua frases de efeito como essa, mas que na realidade  não é verdadeira.
Pensemos numa das tais panelas agora. Juntemos um ser com certa deficiência intelectual num ambiente de trabalho onde pessoas se relacionam como amigos afins. Naquela situação acima, se esse deficiente adentrasse o local durante uma reunião informal, onde a conversa estivesse animada e, com esse preconceito mascarado, o que aconteceria? Nem preciso imaginar, seria uma risada alta ali, outra aqui e, menosprezo.
Eu fico decepcionada com o ser humano!
Outro dia numa conversa sobre um desses funcionários, sobre ele precisar de ajuda no banheiro,  por ser uma pessoa que usa sonda, o comentário que escutei foi de deixar qualquer um desolado:
“Ah! Qual é! Agora ele vai dizer que precisa de alguém até para trocar suas fraldas?”
Parem o mundo! Eu também preciso descer...